terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Alex Atala vota na pizza



Os amantes da boa gastronomia contam com uma novidade recente no mercado editorial, a revista “Gosto”. Com periodicidade mensal e circulação nacional, a revista será comandada pelo jornalista J. A. Dias Lopes. Irá trazer reportagens, entrevistas, seções fixas e colunas assinadas por colunistas do Brasil (Washington Olivetto) e do mundo (o vinhateiro português, Luis Pato). Segundo Dias Lopes, o nome da revista foi inspirado no livro a “Fisiologia do Gosto”, de Brillat-Savarin.

Em sua quarta edição Alex Atala (premiado chef brasileiro, proprietário do restaurante D.O.M.) e Braulio Pasmanik (gourmet) se enfrentam na seção: Gosto se Discute. E o tema é: O que pedir no domingo à noite em casa? Então dois pratos são sugeridos: pizza ou sanduíche?

Com a visão de um chef, Atala defende a pizza ressaltando a vantagem de ainda poder ser reaquecida, ao contrário do sanduíche. Depois faz uma analogia da pizza servida no Brasil com a da Itália. Muito bem colocado, mas sem querer discutir com o chef mais famoso do Brasil, discordo quando ele fala que a pizza italiana é melhor que a nossa. Talvez ele ainda não experimentou a minha. Rsssss.

Já o gourmet Braulio Pasmanik, discute com a família – reclamando da pizza do delivery da “Camelo” quando exige o sanduíche. Coitada da mulher dele, nunca vence a discussão. Neste caso vou seguir a máxima: em briga de marido e mulher não se mete a colher. Embora eu concorde em tese com o Braulio quando diz que: “a pizza deve ser comida apenas na pizzaria”, não devo ser tão radical ao ponto de achar que nos dias de hoje não podemos contar com a comodidade do delivery para consumir essa delícia no conforto do lar. Agora, preferir um sanduíche? Acredito que o voto do chef Alex Atala é comprovadamente o mais sábio. Até porque domingo é oficialmente o dia da pizza no Brasil. O sanduba fica para outro dia. Daí então, se preferir um lanche bem calibrado, passe na padaria e faça a festa.

Pizza "Fast Food"

As ruas da Itália ganharam máquinas que preparam pizzas. O cliente escolhe a pizza e tudo é feito na hora: a massa, o molho e o recheio. Os fabricantes prometem que o produto fica pronto em três minutos.
Não sou adepto ao fast food mas acho que é um mercado a ser explorado. A pizza conquistou definitivamente o planeta. Com a praticidade exigida nos dias de hoje, a pizza tradicional acaba cedendo espaço para esse tipo de evolução. Mesmo assim, acredito que há espaço para todos. Os amantes da boa pizza - principalmente os adeptos ao movimento slow food - não deixarão de frequentar as pizzarias.

"Coisa de Americano"

Pizza com cobertura de pizza? Esse produto foi criado em 2007 na Pizza Hut. Não preciso dizer que nem os americanos aprovaram a idéia.

Planeta Pizza

Os estilos mais criativos que conheci de cortadores de pizza. Bem bacanas como utilidade doméstica. Na pizzaria usamos um modelo bem mais simples.




sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Campanha do Mascote Pizzailo Sadia

A “Camelo” e o “Viena” fizeram uma promoção para o lançamento da família de mascotes Sadia. Os consumidores das duas redes poderiam adquirir um dos três modelos de mascotes de pelúcia pizzaiolo, hambúrguer ou churrasco – por R$ 9,90. A parceria entre as marcas pretendia aproximar os restaurantes do seu público e faz parte da campanha “Uma família completa a outra”, da Sadia. A ação aconteceu em São Paulo. A promoção teve validade até setembro ou enquanto durassem os estoques. Na Camelo, o mascote pizzaiolo, foi o primeiro a esgotar. Sorte de quem esteve lá e conseguiu o seu!

Achei a ação muito bacana, que por trás da campanha reforça o reconhecimento de uma grande marca por produtos - como a pizza - que caíram na graça dos paulistanos. Para mim, é como uma homenagem!

Abaixo, outro anúncio incluindo a hamburgueria "The Fifties". Fazendo jus ao mascote com o hamburguer.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A Europa faz da pizza napolitana uma especialidade protegida

Os países da União Europeia decidiram na última quarta-feira (9) conceder à pizza o rótulo de Especialidade Tradicional Garantida (ETG), em inglês fica Traditional Specialty Guaranteed (STG). De acordo com o ministério da Agricultura italiano, o certificado serve para proteger a especialidade conhecida internacionalmente de imitações. A partir de agora, para obter o certificado, as pizzas terão de reunir um conjunto de características pré-estabelecidas, como o peso, o tamanho, os ingredientes, a preparação e, acima de tudo, ser confeccionada num forno a lenha. Automaticamente, os produtos congelados ficam excluídos.

A Comissão Europeia anunciou que a decisão não proíbe aos fabricantes denominar "napolitanas" as suas pizzas, mas apenas os mais fiéis às exigências europeias poderão usar o distintivo STG e o logotipo que define a verdadeira pizza.

A pizza napolitana tem uma borda realçada de cor dourada, típica dos produtos cozinhados ao forno; a massa é macia, dobra-se facilmente e possui um sabor particular graças à combinação de seus ingredientes: tomate, muzzarela de búfala, azeite, sal e alfavaca fresca para a "marguerita"; ou tomate, orégano e alho, em outra versão.

Particularmente, tenho muito respeito à cultura gastronômica italiana. Entretanto, acredito que a pizza paulistana faz muito mais sucesso mundialmente. Até mesmo na Itália pude verificar a falta de padrão deste prato nas cidades. Na verdade, percebi que a única que se orgulha desta pizza é Nápole (vai saber por que!?!). Até aqui em Sampa, já recebi milhares de italianos natos dizendo não haver comparação à qualidade da minha pizza com a “porcaria italiana” – palavra deles!

Bom, discussões a parte, vou fazendo minha consagrada pizza e deixo vocês decidirem. Se acharem que as imagens não são suficientes... Venham me visitar que provo para vocês quem é melhor, rssss.

Curiosidade: A pizza tal como é conhecida na atualidade teve sua origem em Nápoles, no século 17.

A célebre "pizza marguerita" é, além disso, um símbolo nacional, desde que no ano de 1889 foi criada, especialmente, para Margarita de Saboya, primeira rainha da Itália unificada, e seus ingredientes (tomate, mozzarella e manjericão) formam as cores da bandeira nacional italiana.

Minha versão da pizza "Marguerita" - paulistana é claro! - em uma peça publicitária.


terça-feira, 17 de novembro de 2009

Administrando com a Alma

Liderar envolve influenciar as pessoas para que trabalhem num objetivo comum. Trabalhar, ou liderar, pessoas é uma tarefa árdua, em que mais depressa se detectam os fracassos do que os sucessos, já que no primeiro caso toda a empresa se poderá ressentir, no segundo o mérito é geralmente assumido de forma solitária.
No ambiente de um restaurante, posso dizer sem dúvidas que o setor mais complicado de administrar é a cozinha. Alguns chefs renomados mostram em seus programas de televisão a complexibilidade de domar esse ambiente. E os exemplos não são poucos: o Jamie Oliver – famoso chef inglês - criou um programa de capacitação para jovens adultos problemáticos com finalidade de ensinar a arte de cozinhar e tirá-los da vida problemática que levavam. Bom, não preciso dizer quem teve muitos problemas nesta história. Já outro que frequentemente perde a cabeça é o chef Ramsey Gordon que tenta ressuscitar restaurantes a beira da falência - na maior parte das vezes, por culpa dos proprietários pela falta de gestão e descaso total dos funcionários – fazendo uma legítima virada de mesa. Na maioria de seus programas o chef Ramsey constata que há um despreparo e porque não dizer: um relaxo com a preparação dos pratos que servem os comensais. Muitos “profissionais”, não têm o bom senso de entenderem que estão trabalhando com saúde pública. Isso mesmo, pessoas podem morrer se ingerirem produtos contaminados ou vencidos. Não sei se vocês já assistiram, mas o chef Ramsey quer matar o cara, quando ele vê essas atrocidades. Não é pra menos!
Na gestão, não basta apenas ser uma pessoa boa é necessário que tenha nascido para vencer, vitória essa que está relacionada com a busca constante de desafios, com a coragem de mobilizar-se, de assumir seu papel diante de seus pares, de seus colaboradores e de seus supervisores. Liderar envolve influenciar as pessoas para que trabalhem num objetivo comum e desenvolver talentos. Esse último é o ponto mais complicado: como liderar talento? Para se ter sucesso, é preciso alimentar o talento individual. Acredito que cada ser humano tem um talento, só precisa ser descoberto e trabalhado. O problema é que as pessoas parecem não se importar com o crescimento profissional. É comum ouvir uma pessoa dizer: eu não fui contratado para pensar. Ora, desde a Grande Depressão - criada na quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, em 1929 - as teorias da administração criaram novas perspectivas, visto que buscavam conhecer as atividades e sentimentos dos trabalhadores e estudar a formação de grupos. Começou-se então a pensar na participação dos funcionários na tomada de decisões e na disponibilização das informações acerca da empresa a qual eles trabalhavam. A realidade é que alguns trabalhadores entenderam isso e cresceram com as empresas, outros continuaram culpando o governo pelos problemas que enfrentavam na vida e mantiveram a cultura enraizada da Teoria Clássica, e assim trabalham de forma muito mecânica. Ai então, como cultivar o talento?
O problema é ainda maior pelo fato de que o clima na cozinha é muito pesado e não ajuda neste pensamento. Isto é, a temperatura dos ambientes é altíssima – imagine o que é trabalhar na frente de um forno com temperatura média de 450 graus centígrados com a pressão de ter que dar conta dos pedidos de uma demanda aproximada de mil pessoas que visitará o restaurante naquele dia - a cobrança do salão é implacável. A sincronia do trabalho, alinhada à sinergia da brigada (equipe) tem que estar em sintonia como em uma orquestra sinfônica onde o maestro é fundamental para controlar o ritmo sem perder a harmonia. Neste caso, a função do chef, vai além de comandar o ambiente. Ele deve conhecer cada um de seus comandados para saber como torná-lo um elemento produtivo, pensante e desenvolvedor de seu próprio talento. Para alcançar isso, não administro os talentos somente com a mente e o coração – uma equação de razão e emoção – uso o sentimento da alma. Para isso, deixo manifestar os diversos afetos da minha alma ao reger o som desta orquestra maravilhosa que é a cozinha.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Pizza com Guaraná

Tenho verdadeira fascinação pela redonda que conquistou o planeta. Lembrar tudo que foi feito no passado sobre a pizza e registrar isso é um trabalho que me dá saudades dos bons tempos. Neste comercial de 1991, a pizza tem como coadjuvante o Guaraná Antártica. Que saudade... Dava vontade de pedir uma pizza no delivery. Era irresistível!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Dica do Chef

Delivery engorda!

A universidade da Tasmânia, na Austrália, anunciou o resultado de uma pesquisa com 2.800 pessoas na faixa de 26 e 36 anos de idade, sobre seus hábitos alimentares. A pesquisa demonstrou que as pessoas que pedem comida em casa por mais que duas vezes por semana, apresentam uma tendência a engordar. No caso dos homens as “chances” chegam a 31% e das mulheres em 25%. No nosso caso, a pizza está entre os produtos mais pedidos. Se precisar pedir em casa, procure usar o serviço de entrega no máximo uma vez por semana. Prefira sempre ir a uma pizzaria em vez de consumir sua pizza a frente da televisão. E assim, queimar umas calorias. Bom apetite!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Um nome para cada bairro

Muita gente ainda recorda da antigo clima nostaugico que os azulejos azul e branco - tipo botequim - dava a matriz da Camelo Jardins. Unidade que a maioria dos clientes chamam de Camelo Pamplona. Isso porque está situada na rua que leva este nome. Hoje, aquela atmosfera retrô é guardada apenas nas memórias - e em algumas poucas fotos - dos antigos clientes e amigos fiéis que a frequentam até hoje. Após várias reformas - sempre em busca de encantar seus súditos - a casa mudou o manto, mas nunca perdeu a majestade e manteve a tradição no cardápio.Após três décadas de vida, surge então a Camelo Itaim. Outra que os clientes apelidaram de Camelo JK. Essa então, localizada na Avenida Juscelino Kubitschek, 151, não podia ser diferente. Entretanto, seguiu uma decoração bem diferente – já com uma arquitetura mais planejada para o conforto do cliente.

Até aqui, tudo bem... Em tese.

O "problema" foi no lançamento da terceira unidade no bairro do Morumbí. Isso porque, está localizada na Rua Marechal Hastimphilo de Moura, 73 - nome difícil para atribuir a Camelo. Venceu então o mais conveniente Camelo Morumbi. Ocupou um casarão antigo do bairro e ganhou uma decoração rústica e deixou o ambiente mais romântico.

Na sequência, o lançamento da unidade no bairro do Pacaembú também não deu espaço para o nome da rua que desta vez ficou comprido. Mais uma vez, o apelido prevaleceu com o nome do bairro: Camelo Pacaembú. Esta última seguiu a mesma decoração rústica da sua “irmã” no Morumbí, mas com um toque mais aprimorado, deixando cada cantinho muito concorrido.

No fim pra mim, não importa o nome ou a decoração... Todas estão no meu coração! Faço questão de manter o mesmo padrão de qualidade que a consagraram.

Na sequencia abaixo deixo algumas fotos para relembrar:







































sábado, 10 de outubro de 2009

História da Alimentação

Em que e a partir de quando o homem se distingue do animal em sua alimentação? Pelo tipo de alimentos que consome ou por sua variedade? Pelo modo como os prepara antes de comê-los? Pelo cerimonial que envolve seu consumo, a comensalidade e a sua função social que caracterizam as refeições.
O que se pode dizer da humanização das condutas alimentares é de que os homens sempre foram onívoros. Desde a pré-história os primatas hominídeos – australopitecos, Homo habilis, depois Homo erectus, este último há cerca de 1,5 milhões de anos – foram caçadores ou ladrões de carcaças. Isto mesmo, o homem pré-histórico praticava a caça ativa e também roubava as presas de outros predadores.
Na era paleolítica o consumo de carne aumentou consideravelmente. A preferência era por animais grandes como ursos, rinocerontes e elefantes. No período mesolítico no homem deixou de caçar e passou a preferir animais de menor porte como cervos, javalis, lebres, etc. Além de acrescentar na alimentação a pesca, frutas e folhas. Mas foi no oriente médio que começou a desenvolver a agricultura e a criação de animais... Continua...


sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Onde tudo começou

Acredito que nasci predestinado para trabalhar com comida. Isto porque, em abril de 1941, vim ao mundo dentro de uma cozinha. Isso mesmo, nasci na cozinha da minha querida mamãe Laura (que Deus a tenha). Aconteceu de repente: a bolsa estourou dentro da dispensa e eu não quis saber de esperar. Só deu tempo de a minha mãe chamar minha irmã mais velha e correr até a cozinha:
- Luziaaaaa, o Antônio vai nascer. Ajude-me aqui!
Fui o décimo terceiro de uma família de 23 irmãos (que loucura... que falta fazia uma televisão!). Minha mãe engravidava todo ano e para ajudá-la, todos tinham suas tarefas domésticas. A minha obrigação... ajudar na cozinha, é claro! Minhas irmãs mais velhas cozinhavam e eu era responsável por fazer o pré-preparo. Naquela época não conhecia por esse nome, mas tinha que cortar, picar, fatiar, ralar e muito mais. Ou seja, preparar todos os ingredientes que comporiam o cardápio do dia. Enfim, realizar o trabalho que todos odiavam. Entretanto, depois de algum tempo fui conquistando meu espaço e não demorou muito para perceberem que a cozinha estaria melhor em minhas mãos. Foi um pouco difícil para minhas irmãs admitirem. Porém, como vivemos em um país democrático, foi voto vencido. Criei até uma horta – era uma espécie de Jamie Oliver (célebre chef britânico) mirim – onde passava bons momentos do dia cuidando dos produtos que iam a mesa atender aquele batalhão de pessoas. Meu Deus! Era tanta gente que minha mãe fazia chamada na hora do almoço – para ver se todos estavam ali para se alimentar – e na hora de dormir – para conferir se todos estavam em casa e assim poder dormir sossegada.
Em 1959, consegui um emprego em uma cantina: a Lady's Garden, na Rua José Maria Lisboa em Sampa, onde aprendi com a Dona. Luccia e seu marido Sr. Paschoale – italianíssimos – os segredos da gastronomia italiana e pude aperfeiçoar os dotes culinários.
Naquela época, não existiam supermercados, mas sim, empórios onde se encontrava todo tipo de alimento para os lares e os restaurantes que procuravam produtos exclusivos de outros países. Foi ai então que elaborei as primeiras redondas para serem vendidas nas gôndolas que aos poucos foram conquistando o paladar dos paulistanos.
Em 1963, lendo os classificados de empregos em um jornal paulistano distribuído na Rua Direita (centro de Sampa), onde costumava passear para admirar os “modernos” arranha céus, achei o anúncio do “Restaurante Camelo” (originalmente, um restaurante de comida árabe na Rua Pamplona) e achei que poderia explorar meus horizontes aprendendo o que poderia ser classificado como uma “comida muito diferente”. Para conseguir a vaga, bolei uma estratégia infalível. Éra a época da moda elegante e as pessoas andavem na terra da garoa com seus chapéus e ternos alinhados. Então, as seis da matina do dia seguinte ao anúncio, estava eu batendo à porta do endereço na Rua Pamplona 1984. Momentos depois, saiu um faxineiro que já fazia a limpesa da noite anterior e se pôs a perguntar:
- Pois não? O que deseja?
- Sou o candidato da vaga de cozinheiro que seu patrão anunciou. Gostaria de falar com ele!?! Respondi.
- Xhiiiii, meu senhor, o patrão só chega as duas da tarde...
- Não tem problema! Posso esperar aqui fora? Perguntei sem deixá-lo terminar o que falava.
- Se o senhor não se cansar... Pode esperar... Respondeu fechando a porta de ferro e seguiu murmurando:
- Gente doida...
Uma hora depois surgiu o meu primeiro concorrente com o mesmo jornalzinho embaixo do braço. E pensei, "vai ser agora", então coloquei minha estratégia em prática.
Neste momento, como estava posicionado ao lado da porta. Então perguntei com ar de segurança da casa:
- Pois não?!? Senhor! Procura alguma coisa?
- Vim por causa do anúncio. Disse o homem tentando encontrar o número da casa na fachada do restaurante.
- Lamento senhor, mas a vaga já foi preenchida. Respondi com uma dorzinha no coração... Rsssss.
- Poxa!!! Obrigado. o homem agradeceu e saiu lamentando o episódio.
Meu plano seguiu assim com todos que ali chegavam e quando me dei conta, estava sózinho aguardando aquela oportunidade.
Chega então o dono do lugar, o senhor Hassan Salum - um árabe com rosto aredondado e bigode bem aparado - que sem perder tempo perguntou:
- Só você está procurando emprego aqui?
- Sim senhor!!! Respondi seguindo o homem bem vestido que sinalizava para acompanhá-lo.
Não deu outra... O emprego era meu!!!
Daí então, passei a conhecer essa rica cultura gastronômica e preparar pratos como kibe cru, Kafta, Homus, etc. Além de preparar as famosas comidinhas – Coxinhas, Esfihas, Empadas e kibes – que faziam a alegria dos executivos que saiam dos seus escritórios no centro financeiro em busca do melhor point de happy-hour de Sampa.
A casa foi pegando fama e começou ser frenquentada por artistas, políticos, formadores de opinião e empresários. Visualizei então, a oportunidade que sempre sonhei: apresentar a “Dona Redonda” para esse público tão seleto. Sabia que era um público exigente. Por isso, tinha que ser tudo especial. Então, criei um diferencial que conquistou definitivamente os amantes da boa pizza: a massa fina. Em princípio, ela ocupava um espaço tímido no longo cardápio árabe. Mas aos poucos foi tomando espaço e dominou o ambiente forçando a troca do nome para “Pizzaria Camelo”. De lá pra cá, a criatividade na criação dos sabores foram fundamentais para manter a fama e determinar a moda a ser seguida por quem se arriscava em fazer concorrência.
Hoje, meio século depois, fico feliz em saber que a história de Sampa por muitas vezes foi marcada por conversas que tiveram início a partir de reuniões em volta das milhares pizzas servidas nas mesas da “Pizzaria Camelo”.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Receita do Mês

PIZZA DE CHOCOLATE

Ingredientes da massa:

  • 1 Kg de farinha de trigo
  • 2 copo americano de água à temperatura ambiente
  • 1 colher de sobremesa rasa de sal
  • 1,5 tablete de fermento biológico (25g)
  • 3/4 de copo americano de óleo

Preparo da massa:

Colocar o fermento numa vasilha acrescentando sal. Mexer para dissolver. Misturar a água e o óleo. Acrescentar e juntar aos poucos a farinha até a massa soltar das mãos. Não é para sovar. Descansar a massa por 30 a 40 minutos. Abrir cada uma das bolas de massa com auxílio de um rolo, enquanto a polvilha com farinha. Pincelar com calda de caramelo. Levar a pizza ao forno, a 200°C, para o pré-cozimento por alguns minutos (aproximadamente 2 min.).

Ingredientes da calda de caramelo:

  • 01 xícara de açúcar
  • 01 xícara de água

Preparo da calda de caramelo:

Derreter o açúcar, juntar a água e ferver até o ponto de calda líquida.

Ingredientes do creme de chocolate:

  • 400g de chocolate em barra meio amargo
  • 320ml de leite
  • 320 ml de creme de leite fresco
  • 02 colheres de sobremesa de manteiga sem sal
  • Creme bechamel (feito com 180g de farinha de trigo e 200ml de leite)
  • 1,5 latas de leite condensado

Preparo do creme de chocolate:

Picar o chocolate e derreter em banho Maria. Em outra panela, juntar o leite, o creme de leite e a manteiga e deixar ferver. Preparar o creme e engrossar no fogo. Junta-lo à mistura de leite e creme de leite. Juntar o chocolate meio amargo derretido e o leite condensado. Misturar bem. Juntar um copo americano de calda de chocolate.

Ingredientes da calda de chocolate:

  • 06 colheres de sopa de chocolate em pó (não pode ser cacau)
  • 02 colheres de sopa de achocolatado
  • 02 copos de leite
  • 04 colheres de sobremesa de mel

Preparo da calda de chocolate:

Misturar e levar ao fogo para encorpar. Manter aquecida.

Montagem da pizza:

Com a massa pré-cozida, colocar o creme de chocolate, sem deixar transbordar. Levar mais alguns minutos ao forno. Retirar e colocar bolas de sorvete de creme. Polvilhar chocolate granulado e o resto da calda de chocolate. Servir. Rendimento: 7 pizzas.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Primeira Copa Brasileira de Pizzarias

Há muito a mídia vem tratando muito bem o meu trabalho. Várias matérias citam meu nome como um dos ícones da pizza no Brasil e os elogios são enaltecedores. Entretanto, como todo chef que busca a excelência para satisfazer o comensal, uma dúvida sempre me perseguiu: Será que sou tudo isso que dizem?

Uma coisa é a opinião de repórteres e críticos quando você está na sua zona de conforto, isso é, dentro do seu ambiente de trabalho, outra é em uma situação inusitada onde você participa de uma competição que reúne talentos do Brasil inteiro querendo provar que estão entre os três melhores do país, ou por que não? Querendo levar o caneco de campeão do maior campeonato já realizado pela FISPAL - Feira Internacional da Alimentação - para o setor de pizzarias e neste caso, o meu coração - já calejado de emoções - fez questão de pulsar a 180 batimentos. Parecia uma maratona, mas eu coloquei na minha cabeça que tinha que passar por isso: provar para mim mesmo que toda essa fama de bom pizzaiolo era na verdade, mais que opinião formada por amantes da gastronomia, em especial, da redonda que conquistou o planeta. Então, sem cerimônias encarei o desafio!

Funciona como em um campeonato de futebol, onde cada participante inicia em uma jornada estadual. Após várias rodadas, são definidos os três melhores que representarão seu estado na final. Começa então o "Campeonato Brasileiro", onde se enfrentam os já consagrados de cada estado em busca do título que perpetuarão sua fama.
Várias etapas se seguem... é impossível ficar indiferente!!! Nesta fase, com tantos profissionais bons, a pressão aumenta... Será que vai dar??? Será que minha pizza vai agradar o paladar dos mais exigentes profissionais da área gastronômica: os jurados?!? Acho que essas perguntas não abandonam nenhuma das mentes ocupadas dos participantes.
Na semi-final, fiz uma apresentação muito tensa, onde demonstrei bastante nervosismo e quase coloquei tudo a perder. Mesmo assim, a pizza ficou impecável e conquistei então o segundo lugar na “tabela” e fui para a final.

No dia seguinte, já renovado e com uma imensa paz interior, decidi que teria que apresentar minha maior arma... a pizza de Camarão! Ficou magnífica a julgar pela cara dos jurados. Essa em especial eu finalizei com uma harmonização de ingredientes que fariam o mais exigente paladar render-se ao provar o tenro camarão que certamente se desmanchava em temperos ao tocar o céu da boca.

Não deu outra... Não dá para descrever a emoção quando se ouve: ...e o ganhador é... Acho que é algo como, ...E o “Oscar” vai para... Esse é um daqueles momentos em que você vê tudo em retrospectiva: família, carreira, etc.

Meu sincero agradecimento a todos que me apoiaram, em especial: minha família, a “Pizzaria Camelo” e a equipe da "FISPAL". Foi maravilhoso!

Assista ao vídeo do momento da premiação e a viagem à Itália como conseqüência.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Vai acabar em pizza???

Depois de tanto tempo de dedicação, nosso presidente faz uma comparação dessas e detona a imagem da classe... Isso porque o termo "Vai acabar em pizza" ficou conhecido por associar que as investigações de escândalos de corrupção (CPIs) sempre terminariam em uma cofraternização com o intuito de "evitar o desgaste do governo", afinal a pizza é uma das poucas unanimidades gastronônicas capaz de reunir à mesa diversos gostos.

O surgimento deste termo data de 1950 - quando eu ainda era aprendiz de pizzaiolo - nesta época, os diretores do clube Sociedade Esportiva Palmeiras, de São Paulo, tiveram grandes discussões durante uma reunião. Após os momentos calorosos de bate-boca, os dirigentes resolveram deixar a confusão para trás e foram comer em uma pizzaria. Daí a expressão “acabar em pizza” ganhou o significado de “não vai dar em nada, vai acabar tudo na mesma”.

LAMENTÁVEL!!!

Release do Chef

O chef Antonio Macedo, 68 anos, desenvolveu seu dote culinário desde 1959 (há 50 anos), quando fazia as pizzas ainda para as mercearias e empórios da época. Desde 1963 (há 46 anos), comanda a “Pizzaria Camelo”, aonde vem sendo eleito pela mídia como um dos melhores chefs de pizzaria do Brasil. Intitulado pela revista Veja como o “Rei do Forno”, pela revista Alta Gastronomia como o “Dono das Redondas”, “Melhor Chef” pela revista Quem, além de outras matérias em jornais de peso. E não para por ai: fez várias participações em programas como Fantástico (Rede Globo), Ronnie Von – Todo Seu (TV Gazeta), Anna Rickmann – Domingo Espetacular (Rede Record), entre outros. Conquistou o respeito do público e da crítica especializada. Consagrou-se definitivamente como um dos grandes chefs de pizzaria em atuação no país, conquistando o título da “Melhor Pizzaria do Brasil” para a “Pizzaria Camelo” na 1ª Copa Brasileira de Pizzarias, organizada pela FISPAL – Feira Internacional da Alimentação na Fispal Food Service. Na criação das famosas pizzas, prima pela leveza, sabor especial e visual elaborado. Nelas predominam produtos frescos da mais alta qualidade, com toques da gastronomia tradicional e com aromas e sabores brasileiros. Revela que o segredo de tanto sucesso é a padronização dos insumos através da manutenção dos fornecedores em detrimento da qualidade percebida pelo cliente.